Qdo eu era pequenininha, ele é que brincava de boneca. Só que a boneca dele era muuuito mais legal que as minhas, de carne e osso, com a cara dele. Ele amarrava uma boneca nas minhas costas, colocava uns lencinhos na minha cabeça e ficava tirando foto.
Qdo eu entrei pra escola, ele me explicou que não queria que eu fosse a melhor aluna, mas que queria que eu fizesse o melhor que eu pudesse fazer.
E realmente, ele nunca cobrou esse tipo de coisa de mim. Uma vez, na sexta série, eu tirei um C de geografia. Eu, uma aluna que só tirava A, no máximo um B, tirei um C de média bimestral.
Ele veio conversar comigo. Não pra me dar bronca, nem pra me cobrar rendimento, mas pra me perguntar porque eu tinha tirado C. ele queria saber porque de repente eu tinha me desinteressado por geografia. Sem cobranças.
Eu expliquei pra ele que achava tudo aquilo muito chato, e que nunca iria usar isso na vida.
Com a maior paciência, ele foi me explicando que era importante sim aprender tudo aquilo, e como naquela época ele viajava bastante, ele me perguntou:
_Já pensou se eu não tivesse estudado geografia e não soubesse nada sobre os outros países, como é que eu faria hoje?
E assim, sem bronca nem castigo, ele me convenceu que eu deveria me esforçar um pouquinho mais pra aprender sobre clima, relevo e outras coisas que na época pareciam sem importância, mas que no futuro eu ia usar muito.
Eu nunca levei uma surra. Mas acho que as broncas e as "conversas" surtiam muito mais efeito. Nunca tive medo dele, foi sempre respeito. Tá, às vezes falta de respeito tbem, né...
Pai
Te amo muito!
Feliz Dia dos Pais!!!
